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Mais de 300 crianças e jovens recebem medalhas em Brasília

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Mais de 300 crianças e jovens receberam medalhas, menções honrosas e certificados como reconhecimento pelo desempenho obtido no programa Caça Asteroides, na Olímpiada Nacional de Ciência (ONC), os dois do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e na Olimpíada de Matemática do Distrito Federal. 

A premiação ocorreu nessa sexta-feira (20) durante a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília, que vai até domingo (22). 

Para a popularização da ciência, o MCTI investirá, durante todo o ano de 2023, cerca de R$ 100 milhões em espaços como centros, museus de ciência, planetários, zoológicos, na promoção de feiras de ciência e também na realização de olimpíadas científicas, como as de História do Brasil, Nacional de Ciência, Brasileira de Satélites, de Astronomia, Física, a AstroNasa. O objetivo é incentivar a educação científica desde a primeira infância. 

Em entrevista à Agência Brasil, a diretora do Departamento de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica do MCTI, Juana Nunes, explica o retorno desses investimentos. 

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“As olimpíadas científicas são instrumentos importantes de estímulo às crianças, aos jovens, para que busquem conhecimento científico e se aprimorem em uma disciplina. Por isso, temos uma diversidade imensa de olimpíadas científicas no Brasil. A partir daí, há um movimento que vai para a feira, vai para o espaço físico. Então, é um ecossistema de popularização da ciência, para aproximar o professor, a sociedade do conhecimento científico que ocorre nos laboratórios.” 

“A ciência é para todo mundo e está em todo lugar. Vocês podem ocupar esse espaço nas escolas e, depois, indo para as universidades, se tornando pesquisadores, mostrando o talento de vocês para ajudar a melhorar o Brasil e resolver problemas. Porque a ciência serve para isso, para ajudar as pessoas, melhorar o planeta, resolver os problemas de saúde, educação, segurança,” afirmou a diretora.

Caça Asteroides  

No auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, nessa sexta-feira, o público mais movimentado foi o dos participantes do programa Caça Asteroides MCTI, fruto de parceria entre o ministério, o International Astronomical Search Collaboration (IASC) e a Agência Espacial Americana (Nasa, sigla de The National Aeronautics and Space Administration). 

O Caça Asteroides MCTI tem abrangência nacional e internacional e promove a popularização da ciência e da astronomia entre cidadãos voluntários. A ideia é que esses cientistas amadores sejam capazes de fazer descobertas astronômicas (algumas delas originais), a partir da observação de imagens espaciais captadas por um telescópio de 1.8 metro, pertencente à Universidade do Havaí (EUA). 

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Os chamados cientistas cidadãos buscam corpos celestes, como asteroides, cometas, estrelas, meteoros, meteoritos e planetas, a partir de um computador pessoal. A astrônoma do Observatório Nacional/MCTI e coordenadora científica do programa AstroNasa Brasil, Josina Oliveira do Nascimento, valorizou o trabalho desse público. “É mais do que divulgar ciência, mais do que popularizar essa área, é fazer parte da ciência nacional e internacional. Os cientistas cidadãos estão doando horas dos seus dias e de suas noites, em geral, para contribuir com a ciência nacional e internacional. Este é o maior programa de ciência cidadão do país. E no ano que vem, será maior ainda”, acrescenta.  

O professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Ivo Leite Filho, participante do programa AstroNasa Brasil, comenta que o cientista deve ser encarado como um cidadão como tantos outros, sem estereótipos. “Se a gente quer ter um cientista em um laboratório, ele precisa começar de algum lugar. Os jovens e crianças precisam acreditar que a ciência abre caminhos, que a ciência é legal. Mas, se ele não fizer esse movimento que a gente está fazendo hoje, vai sempre encarar o cientista fechado, com cara brava. Mas, o cientista é gente.  

“Quando eu percebo crianças de seis, sete anos, até os jovens e adultos entendendo que podem ser premiados e ser reconhecidos por ministérios, por secretarias de Educação, significa que vale a pena”, diz o professor.

Um dos talentos descobertos pelo programa Caça Asteroides MCTI é Miguel Rosa dos Santos (8 anos). Da casa dele, em Mirante do Paranapanema (SP), este medalhista de ouro perdeu as contas de quantos asteroides achou. Na última contagem da família do Miguel, eram 44. “Eu comecei a gostar [de astronomia] quando assisti ao filme Círculo de Fogo, com a invasão de alienígenas. E vou querer ser um engenheiro espacial”, sonha Miguel. 

Mãe e companheira de Miguel nas madrugadas de observação dos astros, a professora Josiane Luzia Mendonça dos Santos explica que o filho tem o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista e altas habilidades na área aeroespacial. “Na realidade, foi o Miguel quem me incentivou a participar do Caça Asteroides. Desde pequenininho, tudo o que é relacionado ao espaço, ele quer estar no meio.” 

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Participação 

Qualquer pessoa pode participar das edições, apelidadas de “missões”, dos programas Caça Asteroides MCTI e Detetives da Galáxia, independentemente da formação profissional ou de ter conhecimento prévio. Basta que o interessado em conhecer a astronomia na prática tenha um computador e se inscreva gratuitamente, dentro do período determinado nos editais, conforme a campanha divulgada mensalmente no site do Observatório Nacional e na rede social do Caça. Além dos astrônomos amadores, podem participar escolas, instituições, clubes de ciência, mas as vagas são limitadas. 

Ao preencher o formulário específico com os dados do líder da equipe daquela missão/edição, com pelo menos 18 anos, as orientações serão recebidas por e-mail. Entre elas, a necessidade de baixar o software Astrometrica, da Nasa.  Após um treinamento específico para desvendar o universo e aprendem a reconhecer as imagens nos seus computadores, os internautas inscritos recebem as imagens que serão analisadas e assim poderão encontrar um ou mais asteroides. A astrônoma Josina Oliveira do Nascimento explica os próximos passos. “Quando dizem que há uma imagem que corresponde a um asteroide, aquilo será analisado por outros cientistas cidadãos. Em caso positivo, depois a detecção segue para a fase de análise dos pesquisadores profissionais. Temos que aguardar a análise. Só ali vai ser confirmado se realmente o ponto indicado é um novo asteroide.” 

Na astronomia é assim: quem descobriu o asteroide pode nomeá-lo, inclusive com o próprio nome, se quiser, como forma de reconhecimento.  

Em 2017, a diretora das buscas de asteroides do International Astronomical Search Collaboration (IASC) no Brasil e coordenadora de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica do MCTI, a professora Silvana Copceski, detectou o asteroide número 550832, que ganhou o nome da pesquisadora, concedido pela Nasa. Da sala de aula em Cuiabá (MT) para o universo. 

Olimpíada Nacional de Ciência 

A Olimpíada Nacional de Ciência (ONC) é promovida e financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e organizada pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), com patrocínio da Petrobras. São parceiras a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), UNFPA Brasil, Fundação Cultural e de Fomento à Pesquisa, Ensino, Extensão e Inovação (Fadex) e outras instituições. 

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Neste ano, a competição teve número recorde de mais de 4 milhões de estudantes da educação básica inscritos, de 4.989 municípios de todos os estados do país. Os desafios desta edição ocorreram de forma híbrida, com provas online e impressas.   

O coordenador-geral da ONC, professor Jean Catapreta, comentou a importância do evento. “A maior parte dos premiados da ONC, que é financiada com recursos públicos, é formada por estudantes de escolas públicas. Inclusive, a Organização das Nações Unidas reconheceu a Olímpica Nacional de Ciências como uma das que mais premiam meninas no planeta”. 

Um das premiadas com a medalha de ouro é a estudante do oitavo ano de uma escola particular do Distrito Federal, Alana Cristina Gomes. “Foi uma experiência realmente nova porque eu nunca tinha feito a prova e eu acabei ganhando o ouro. O que foi totalmente surpreendente, mas me esforcei muito! Foi diferente”. 

A mãe dela, a servidora pública, Silvia Rodrigues, sempre incentiva a filha a fazer descobertas. “Quando a gente viaja, passeia, sempre mostra a ela coisas e tenta trazer a prática da ciência. Para ela, acho que a Olimpíada foi descoberta mesmo, um desafio. Então, o mérito é todo da Alana, em relação à prova”. 

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Olimpíada de Matemática do Distrito Federal 

Nesta sexta-feira, foram premiados os estudantes participantes da Olimpíada de Matemática do Distrito Federal que, neste ano, reuniu alunos dos ensinos fundamental e médio, de escolas públicas e privadas. 

A estudante do 7º ano do Colégio Militar de Brasília, Maria Tereza Pedrosa Portela, foi um das chamadas ao palco para receber a honraria pelo despenho que teve na competição. “Passei um ano inteiro estudando, então estou muito grata e feliz. A professora de matemática do Centro de Ensino Fundamental Polivalente, Evelyn Gabrielle Monteiro Gomes da Silva ganhou menção honrosa por ter levado o maior número de medalhistas de uma escola da capital federal. Foram 22 premiados nessa escola pública. “A gente consegue fazer um trabalho paralelo, mostrando questões de olimpíadas passadas, para poder incentivá-los. É um trabalho difícil, mas bem gratificante, porque eles ficam felizes quando são premiados e a gente mais ainda por ver os nossos alunos crescerem”, diz Evelyn Gabrielle, que decidiu ser professora aos quatro anos de idade.  

Um dos alunos da docente é o estudante Alessandro Silva Oliveira, de 14 anos, que no ano passado conquistou a medalha de prata e levou o ouro. Não foi fácil, ele diz. “Me preparei muito. Mas, estudando não fica tão difícil quanto parece”. 

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Mais de 5,3 milhões de pessoas já se inscreveram no Enem deste ano

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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025 já havia registrado 5.345.070 inscritos em todo o Brasil até as 14h30 desta quinta-feira (12). Deste total, 2.958.032 são isentos e 2.387.038 são pagantes.

O número parcial de inscritos em 2025 supera o de 2024, quando 4.325.960 pessoas se candidataram ao exame. O prazo de inscrição para a edição deste ano do Enem segue até amanhã (13).

Até o momento, o total de inscritos é o maior desde 2020, quando o Inep registrou 5.783.357 candidatos.

Após a pandemia de covid-19, o número de interessados em fazer o Enem caiu nas edições de 2021 e 2022 e só voltou a crescer em 2023, com 3.933.970 registros.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC). A autarquia é a responsável por todas as etapas do exame.

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Inscrições

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025 se encerram às 23h59 (no horário de Brasília) desta sexta-feira (13). O prazo, que terminaria em 6 de junho, foi ampliado em uma semana pelo Ministério da Educação (MEC). 

A nova data limite é válida também para as pessoas interessadas em solicitar atendimento especializado no Enem e para aquelas que querem solicitar tratamento pelo nome social. 

Todos que desejam fazer o Enem 2025 devem realizar a inscrição pela Página do Participante, inclusive os isentos da taxa de inscrição.

Os estudantes do 3º ano do ensino médio em escola pública, mesmo com sua inscrição pré-preenchida automaticamente, pela primeira vez, precisam atualizar os dados solicitados e confirmar a inscrição para garantir a participação nesta edição.

Em 2025, o Enem volta a ser uma opção quem quer obter o certificado de conclusão do ensino médio ou a declaração parcial de proficiência. Para esta finalidade, podem se inscrever os candidatos com mais de 18 anos que não terminaram essa etapa dos estudos; e que alcançarem, em cada área do conhecimento da prova, a pontuação mínima (igual ou maior que 450 pontos) e tirarem nota de menos 500 pontos na prova de redação.

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A Agência Brasil preparou um passo a passo do procedimento de inscrição para ajudar os interessados. 

Taxa de inscrição

A taxa de inscrição deve ser paga até a próxima quarta-feira (18) tanto pelos candidatos não isentos como pelos candidatos que tiveram a solicitação de isenção da taxa de inscrição reprovada pelo Inep ou que a justificativa de ausência nas provas de 2024 não foi aceita pela autarquia.

No boleto da Guia de Recolhimento da União (GRU Cobrança) no valor de R$ 85 ficará disponível na tela inicial da Página do Participante, após finalizar o processo de inscrição.

Os dias de aplicação das provas estão mantidos em 9 e 16 de novembro.

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ITA publica quatro editais de seleção de 110 profissionais

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As inscrições para seleção de 110 vagas para o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) serão abertas de 1º de julho a 8 de agosto e devem ser feitas no site da instituição criado para o concurso de 2025 e que entrará no ar no período.

O ITA, vinculado ao Força Aérea Brasileira (FAB), publicou na segunda-feira (9), no Diário Oficial da União, quatro editais com as regras e prazos da seleção, sendo:

· 50 vagas de professor da carreira de magistério superior;

·  25 vagas de técnicos da carreira de desenvolvimento tecnológico;

· 20 vagas de tecnologista; e

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· 15 vagas de pesquisador da carreira de ciência e tecnologia.

Do total de vagas (110), 64 delas serão destinadas ao campus que está sendo construído em Fortaleza, anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana, em janeiro de 2024. A entrega desta unidade está prevista para o primeiro semestre de 2026.

De acordo com os editais, as remunerações iniciais variam de R$ 4.577,18 a R$ 14.192,64, a depender do cargo e das gratificações por desempenho ou titulação.

Obras em curso

O novo campus avançado do ITA está sendo construído na Base Aérea de Fortaleza. Em 75 anos de história, essa é a primeira vez que uma unidade do instituto está sendo construída fora do estado de São Paulo.

O investimento do governo federal de R$ 70,9 milhões neste empreendimento engloba a construção de dois blocos, com três pavimentos cada, sendo um para alojamentos e outro para estudo e pesquisa de engenharia, onde funcionarão salas de aulas e laboratório. A Superintendência de Obras Públicas do Ceará (SOP) é a responsável pela obra.

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No início desta semana, o ministro do MEC, Camilo Santana, vistoriou o canteiro de obras para conferir o andamento da construção.

“Aqui, vai ser um grande centro para desenvolver pesquisa e tecnologia e atrair grandes empresas para o Nordeste brasileiro”, destacou o ministro.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), as obras se encontram na primeira fase, que inclui: construção do prédio de engenharias e primeiro alojamento, além de obras de infraestrutura e reforma das instalações de apoio ao campus.

O MEC afirma que, até o momento, a execução da estrutura de concreto dos prédios alcançou 50% de conclusão no bloco de engenharia e 75% nos alojamentos, o que representa 22% do total da primeira etapa.

O processo para a segunda etapa da obra já está sendo licitado para reformar as edificações atualmente existentes na Base Aérea da capital cearense e a implantação de infraestrutura viária, elétrica e hidrossanitária.

Novos estudantes

O primeiro vestibular para acesso ao ITA Ceará ocorreu em 2024. A primeira turma, com 50 alunos, será acolhida entre 2025 e 2026 ainda no campus de São José dos Campos, em São Paulo.

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O novo edital para o concurso de admissão ao ITA da nova turma em 2026 foi publicado em 3 de junho. O período de inscrição foi aberto em 4 de junho e se estende a 13 julho, no site do vestibular do ITA.

As provas da primeira fase estão agendadas para 5 de outubro. A segunda fase ocorrerá entre 8 a 31 outubro.

Com a conclusão das obras do campus de Fortaleza, as turmas serão transferidas à unidade cearense, onde os estudantes seguirão com as atividades do curso.

Criado em 1950, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)  oferece cursos de graduação e pós-graduação nas áreas de engenharia, com destaque para o setor aeroespacial. 

A instituição tem a missão de preparar engenheiros militares e civis para o desenvolvimento tecnológico do país.

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O instituto é reconhecido nacional e internacionalmente como sendo um centro de excelência no ensino superior.

O ITA tem seis tradicionais cursos de engenharia: aeronáutica, eletrônica, mecânica-aeronáutica, civil-aeronáutica, computação e aeroespacial.

No ITA Ceará, foram acrescentados dois novos cursos: engenharia de sistemas e engenharia de energias renováveis, com perspectiva de cursos de pós-graduação e de uma outra oferta de graduação em bioengenharia, informou o MEC.

A instituição de educação superior pública do Comando da Aeronáutica oferece alimentação gratuita e moradia de baixo custo aos aprovados em seus vestibulares.

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Sindicato critica proposta da prefeitura de SP para privatizar escolas

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A Coordenação das Entidades Sindicais Específicas da Educação Municipal (Coeduc) critica o projeto do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que pretende conceder escolas municipais para a iniciativa privada. A entidade classifica a decisão do prefeito como “arbitrária”. 

Formada pelo Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo (Sinesp), pelo Sindicato dos Educadores da Infância (Sedin) e pelo Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), a Coeduc é um fórum de discussão e articulação de sindicatos que representam os trabalhadores da educação municipal em São Paulo.

Para Letícia Grisólio Dias, vice-presidente do Sinesp e supervisora escolar na rede municipal de educação de São Paulo, o projeto de privatização é uma “grande ameaça” para os trabalhadores da educação e também para a população.

Ela cita a ausência de recursos destinados ao município através do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), devido às travas que não permitirão que esses recursos sejam empregados nesse tipo de gestão privada. 

“E temos também os pontos pedagógicos. Nossas unidades têm projetos políticos pedagógicos que dialogam com as suas necessidades. São construções de identidade, são construções sociais e que, em um sistema privatizado, a gente tem dúvidas [de que vai funcionar adequadamente]”, disse.

“Temos grandes preocupações com o uso de plataformas e sistemas de ensino que não dialogam com as realidades, principalmente aqui dos diferentes territórios do município. A gestão privada, trabalhando com uma grande massa, pode não enxergar as nossas inúmeras diferenças e algo que, nós, numa gestão democrática, acabamos por considerar muito mais. Então, temos trabalhado com o fato de que não haverá gestão democrática se não houver gestão pública”, enfatizou.

Outra grande preocupação, alertou ela, diz respeito à contratação de professores, que atualmente são concursados.

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“Se houver a privatização desse serviço, nós não teremos mais a garantia de servidores de carreira exercendo as suas funções ou seus cargos para continuidade dessas políticas públicas, o que também vai gerar um grande impacto na própria previdência municipal”, disse a sindicalista, em entrevista à Agência Brasil.

Projeto de privatização

Recentemente, a Secretaria Municipal de Educação informou que três escolas municipais de ensino fundamental (EMEFs) estão em construção nas regiões do Campo Limpo, Pirituba/Jaraguá e Santo Amaro e que elas serão geridas, de forma compartilhada, por organizações da sociedade civil, modelo que já tem sido aplicado na EMEF Liceu Coração de Jesus. De acordo com a prefeitura, isso visa “suprir o déficit de vagas nessas regiões”. A prefeitura não informou o valor que está sendo investido para a construção dessas escolas, que depois serão concedidas.

O edital de chamamento público ainda está sendo elaborado, mas a prefeitura informou à Agência Brasil que espera publicá-lo em meados de agosto.

O governo de São Paulo também tem buscado conceder escolas públicas à iniciativa privada. Em abril, por exemplo, o governo paulista autorizou a publicação de um edital de licitação para transferir para a iniciativa privada a gestão de 143 escolas públicas do estado. 

Neste caso, a concessão faz parte da Parceira Pública Privada (PPP) de Novas Escolas, proposta pelo governo de Tarcísio de Freitas, e prevê que a iniciativa privada se torne gestora dos serviços não pedagógicos das escolas estaduais, tais como limpeza, manutenção, alimentação, vigilância e internet.

No caso do prefeito Ricardo Nunes, no entanto, a entidade contratada pela administração municipal ficaria responsável por toda a administração, inclusive pela contratação de professores.

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Ambos os projetos têm sido alvo de questionamentos na Justiça. No caso do projeto da administração municipal, na semana passada o Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) deu o prazo de 15 dias para que a Secretaria Municipal de Educação forneça informações sobre o projeto de concessão da gestão das escolas da rede pública à iniciativa privada. 

“Diante da relevância do tema e dos impactos esperados na política educacional do município, o conselheiro Eduardo Tuma encaminhou um ofício com 12 eixos de questionamentos à Secretaria Municipal de Educação. O documento solicita informações detalhadas sobre a estrutura da proposta, os critérios de seleção das escolas e das entidades gestoras, os parâmetros pedagógicos e financeiros envolvidos, e os mecanismos de controle e fiscalização que serão adotados”, informou o TCMSP.

Na última sexta-feira (6), docentes, gestores e familiares de alunos fizeram uma manifestação em frente à Secretaria Municipal de Educação. 

“A Coeduc continuará denunciando os ataques do governo à educação e aos seus profissionais. Vamos realizar atos, caminhadas e trazer a população cada mais para participar deste movimento conosco. Continuaremos lutando contra as intervenções nas escolas, contra a terceirização e privatização do ensino municipal e em defesa da educação pública, gratuita e estatal para todos, da creche à universidade”, disse, na ocasião, Claudio Fonseca, presidente do Sinpeem.

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