Conecte-se Conosco

Economia

Revisão da meta será avaliada no momento certo, afirma Tebet

Publicado

em

revisao-da-meta-sera-avaliada-no-momento-certo,-afirma-tebet

Uma eventual revisão da meta de déficit primário zero para 2024 não está em discussão na equipe econômica, disse nesta terça-feira (14) a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Segundo ela, cabe ao relator do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), abordar o tema “no momento certo”.

A ministra foi perguntada sobre duas emendas apresentadas pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) ao projeto da LDO de 2024. Uma delas altera a meta para déficit de 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB). A outra muda a meta para déficit de 1%.

“Cada parlamentar tem o direito. Não só de colocar uma meta de -1%, -0,75%, como de colocar uma meta de superávit 0,25%. O relator [deputado Danilo Forte] provavelmente vai nos ouvir, saber de dados, de informações da equipe técnica. Ele tem conversado conosco, perguntando, vindo atrás de informações e números técnicos para embasar seu relatório. No momento certo, ele vai ponderar se vai mexer na meta ou não”, declarou Tebet. Ela se reuniu nesta tarde com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, no Ministério da Fazenda.

Até sexta-feira (17), os parlamentares poderão apresentar emendas à LDO, cujo relatório preliminar foi aprovado com meta de déficit primário zero no último dia 7. O prazo, no entanto, pode ser prorrogado até segunda-feira (20).

Segundo Tebet, a mudança da meta não foi sequer discutida dentro da equipe econômica. “Não posso falar em nome da equipe econômica, até porque não discutimos ainda essa possibilidade de mudança de meta ou não. Nós temos esse prazo ainda, até sexta-feira ou até segunda-feira, a possibilidade de ser estendida a apresentação de emendas. Não sei se seremos convocados [pela Comissão Mista de Orçamento] para discutir a questão da meta”, declarou a ministra.

Publicidade

Relatório

O encontro, explicaram Tebet e Dweck, teve como objetivo discutir as estimativas de receita para o próximo Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento e será apresentado no próximo dia 22. A ministra Tebet não adiantou detalhes sobre a necessidade de um novo contingenciamento (bloqueio temporário de verbas) no próximo relatório. Apenas disse que o governo busca aprovar cinco medidas antes do fim do ano para elevar as receitas.

As cinco medidas citadas por ela são reforma tributária, taxação dos fundos exclusivos e das offshores (empresas de investimentos no exterior), mudanças ou fim dos juros sobre capital próprio (JCP), restrição das subvenções (ajudas financeiras) de ICMS e regulação das apostas esportivas. Exceto a reforma tributária, que só terá impacto no médio prazo, as demais medidas terão consequências em 2024, com possibilidade de alguma elevação da receita em 2023.

Tebet também se disse confiante de que o Supremo Tribunal Federal (STF) tome uma decisão, antes do fim do ano, sobre a proposta do governo para quitar o passivo dos precatórios (dívidas do governo com sentença judicial definitiva). “Estamos otimistas. Se deixarmos o passivo se prolongar, estamos falando de três dígitos de estoque da dívida”, declarou.

Promulgada no fim de 2021, a Emenda Constitucional dos Precatórios permitiu o parcelamento de dívidas de grande valor. O passivo está acumulado em R$ 95 bilhões, mas pode chegar a R$ 250 bilhões até 2027.

Estatais

A ministra Esther Dweck explicou a possiblidade de o Tesouro Nacional assumir o prejuízo de estatais neste ano. Segundo ela, isso ocorre porque a privatização de quase todo o grupo Eletrobras, no ano passado, retirou uma estatal lucrativa das metas fiscais. Restaram as estatais de energia nuclear e a binacional Itaipu, que não podem ser privatizadas porque a Constituição proíbe.

Publicidade

A compensação pela União de prejuízos de estatais não ocorre desde 2015. Em setembro, o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas tinha projetado prejuízo de R$ 5,6 bilhões para as estatais em 2023, acima da meta de prejuízo de R$ 3 bilhões. Caso o resultado negativo fique maior que a meta, caberá ao Tesouro compensar a diferença, contingenciando (bloqueando) recursos.

O Portal Comunica Arujá acredita no Jornalismo comprometido com a verdade dos fatos e com a ética, trazendo sempre os principais fatos de Arujá, além dos destaques nacionais e da mídia.

Economia

Redução no preço do diesel da Petrobras não chega ao IPCA

Publicado

em

reducao-no-preco-do-diesel-da-petrobras-nao-chega-ao-ipca

Desde janeiro de 2023, o preço do óleo diesel vendido pela Petrobras às distribuidoras de combustíveis caiu R$ 1,22 por litro. Se for levar em consideração a inflação do período, a redução equivale a um alívio de R$ 1,75 por litro. Isso representa queda de 34,9% desde então. Atualmente, o valor cobrado pela estatal é R$ 3,27 por litro, em média.

No entanto, esse barateamento não foi sentido pelo consumidor final na mesma magnitude. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial de inflação apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro de 2023 a abril de 2025, o óleo diesel ficou apenas 3,18% mais em conta.

  • Diesel da Petrobras desde janeiro 2023: -34,9%
  • Diesel no IPCA desde janeiro 2023: -3,18%

O diesel tem peso de 0,25% no IPCA. Porém, é o principal combustível utilizado no transporte terrestre de mercadorias, de forma que tem influência sobre o preço dos alimentos e outros produtos. Ou seja, a queda do preço ajuda o país a combater a inflação, atualmente em 5,53% em 12 meses, acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de até 4,5%

Olho no repasse

Diretor executivo de Logistica da Petrobras, Claudio Schlosser, constata que redução do preço não está sendo percebido pelo consumidor final – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A diferença entre o comportamento do preço do diesel que sai das refinarias da Petrobras e o cobrado nos postos tem despertado atenção na companhia estatal.

“A partir de 1º de abril, reduzimos R$ 0,45 no litro do diesel e, infelizmente, esse valor não está sendo percebido pelo consumidor final”, constatou o diretor de Logística, Comercialização e Mercados, Claudio Romeo Schlosser, durante apresentação do balanço da companhia na terça-feira (13).

Publicidade

“Não temos o controle nem influência sobre como as distribuidoras e os revendedores ajustam os seus preços”, explicou o diretor.

A redução de R$ 0,45 por litro mencionada por Claudio Schlosser se refere a três reajustes:

  • 6 de maio: R$ 0,16 por litro
  • 18 de abril: R$ 0,12 por litro
  • 1º de abril: R$ 0,17 por litro

De acordo com acompanhamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), agência reguladora do setor, o preço médio de revenda do óleo nos postos se comportou da seguinte maneira:

  • semana de 23 a 29 de março de 2025 (antes da redução de R$ 0,45): R$ 6,34
  • semana de 4 a 10 de maio de 2025 (Petrobras fez última redução em 6 de maio): R$ 6,13

Nos postos, o combustível ficou apenas R$ 0,21 mais barato. Na comparação, é preciso levar em conta que na última semana de pesquisa de preços da ANP, muitos pontos de venda contavam ainda com estoques adquiridos com valores superiores ao novo patamar da Petrobras.

Formação de preços

A ANP explica que os preços dos combustíveis no país são livres, por lei, desde 2002. 

“Não há preços máximos, mínimos, tabelamento, nem necessidade de autorização da ANP, nem de nenhum órgão público para que os preços sejam reajustados ao consumidor”, frisa a agência.

Fiscais da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) fiscalizam postos revendedores de combustíveis – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A diferença entre a magnitude dos preços cobrados pela Petrobras e o exposto nas bombas de combustíveis é explicada por uma série de fatores.

Um deles é que a Petrobras não detém monopólio da venda de diesel às refinarias, apesar de ser a principal empresa do setor. 

Publicidade

De acordo com a ANP, de 2023 a 2025, a participação da estatal como fornecedora do óleo combustível variou de 75,74% a 78,23%. Outras refinarias respondem por mais de 20% do mercado.

Outro elemento é a composição do preço do diesel nas bombas:

  • 47,4% cabem à remuneração da Petrobras, que vende o diesel A nas refinarias. 
  • Esse produto será ainda misturado ao biodiesel para que seja produzido o diesel B (86% de diesel A e 14% de biocombustível), que abastece os veículos
  • 12,1% são o custo do biodiesel
  • 17,4% do valor cobrado do consumidor final vão para distribuidoras e revendedoras
  • 17,9% são impostos estaduais (ICMS)
  • 5,1% são impostos federais (PIS/Cofins)

Abastecimento de diesel – Foto : José Cruz/Agência Brasil

Política de preços

Desde 2023, a Petrobras exerce política de preços considerada como “abrasileiramento” dos valores, pois leva em conta fatores como o custo da produção de petróleo no Brasil e a participação da Petrobras no mercado consumidor.

A intenção é não trazer para o consumidor brasileiro as flutuações bruscas dos preços internacionais e manter a estatal competitiva, para não perder mercado para concorrentes.

Segundo a estatal, a política de “abrasileiramento” permitiu que, em 2024, “mesmo com diversos eventos geopolíticos e um mercado internacional bastante volátil”, a Petrobras não repassasse esse “nervosismo” para o mercado brasileiro, mantendo os preços de venda estáveis por mais de 400 dias – de 27 de dezembro de 2023 a 1º de fevereiro de 2024.

Publicidade

O aumento mais recente do diesel foi em 1º de fevereiro de 2025.

Cenário internacional

Ao justificar as reduções recentes, a Petrobras afirma estar “atenta ao contexto de mercado nacional e internacional”.

“Quando os preços internacionais de petróleo iniciaram trajetória de queda, a Petrobras também reagiu, atuando em prol dos interesses da companhia e da sociedade brasileira”, diz comunicado da empresa enviado à Agência Brasil.

Presidente dos EUA, Donald Trump, anuncia medidas tarifárias – Foto: Reuters/Carlos Barria/Proibida reprodução

Ainda de acordo com a estatal, a queda de preços internacionais do petróleo – a matéria prima do diesel – se deve, principalmente, às recentes medidas tarifárias implementadas pelo governo americano, “que sugerem efeitos duradouros na economia mundial”.

Consumidor

Na apresentação do balanço contábil do primeiro trimestre de 2025, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, fez coro à constatação de que a redução do diesel não tem chegado aos postos.

Publicidade

Chambriard orientou que os consumidores questionem os pontos de revenda por que a redução “não está chegando na ponta”.

“Pressionem, perguntem por que isso está acontecendo. Qual é o tipo de margem [de lucro], se essa margem é tolerável”, recomendou.

O economista Gilberto Braga, professor do Ibmec, explica que o represamento das reduções de preço mostra uma característica do setor.

“Na cadeia entre a saída da refinaria até chegar no consumidor final, tendo aí no meio do caminho transportadora, distribuidores e postos de combustíveis, existem margens que estão sendo apropriadas por esses intermediários e não estão chegando para o consumidor final”, analisa.

Outro fator, segundo o economista, é a oneração de tributos. Em fevereiro de 2025, por exemplo, ocorreu o aumento do ICMS. A alíquota subiu R$ 0,06, de R$ 1,06 para R$ 1,12 por litro.

O reajuste do ICMS em todo o Brasil foi determinado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne os secretários de Fazenda dos estados. Pelo modelo em vigor desde o ano passado, as alíquotas de ICMS dos combustíveis passam a ser reajustadas anualmente.

Publicidade

Marca BR

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, lamenta o fato de a companhia não atuar mais na venda direta ao consumidor. De 2019 a 2021, a estatal vendeu a então subsidiária BR Distribuidora, dona dos postos com a bandeira BR. O acordo de privatização permite que a compradora, Vibra Energia, mantenha a bandeira BR nos postos até 2029.

Presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comenta os resultados financeiros da Petrobras de 2024 – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

“Nos preocupa, sim, ter a nossa marca divulgada e espalhada pelo Brasil, vendendo uma gasolina acima do preço, incorporando margem”, declarou.

“Infelizmente faz parte de um contrato, e o respeito aos contratos faz parte da nossa crença, então a gente não pode ultrapassar esse limite”, afirmou Chambriard.

A Vibra Energia é a maior distribuidora do país, com participação de 23% no mercado de diesel em 2024, segundo a ANP.

Postos

Os postos de combustíveis que atuam no Brasil rebatem declarações de que são os responsáveis pelos preços altos.

Publicidade

Em fevereiro deste ano, um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter dito que o povo é “assaltado pelo intermediário” em relação aos preços, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), instituição que reúne 34 sindicatos patronais e representa os interesses de cerca de 45 mil postos de combustíveis no país, divulgou uma nota na qual esclarece o “funcionamento complexo da cadeia de combustíveis”.

A entidade detalhou que os preços finais contam com parcelas de impostos estaduais e federais e que houve oneração.

Caminhão tanque abastece posto de combustível – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Segundo a Fecombustíveis, as margens brutas da distribuição e revenda, na média, ficam em torno de 15%, retirando o frete.

“Vale destacar que, dessa margem, são descontados os salários, encargos sociais e benefícios dos funcionários, aluguel (se houver), água, luz, incluindo todas as demais despesas inerentes à manutenção do negócio”, descreve a entidade.

Os empresários acrescentam que a atividade é “um dos setores que mais contribuem para a geração de empregos, com aproximadamente 900 mil postos de trabalho diretos, além de ter um papel significativo na arrecadação de impostos dos estados e do país”.

Publicidade

Procurada pela Agência Brasil para comentar as declarações da presidente da Petrobras, a Vibra Energia preferiu não se manifestar.

Continue Lendo

Economia

Especialistas defendem diversificação nas parcerias comerciais

Publicado

em

especialistas-defendem-diversificacao-nas-parcerias-comerciais

Pesquisadores da área de economia e de relações internacionais veem como positivos os investimentos de R$ 27 bilhões no Brasil anunciados pela China na segunda-feira (12). O valor abrange a indústria automotiva, energia renovável, tecnologia, mineração, saúde, logística e alimentos.

Há ponderações, porém, de que o governo brasileiro deve investir mais na diversificação de parcerias com outros países, em um contexto crescente de tensões e conflitos comerciais impulsionados pelos Estados Unidos.

“Os acordos são importantes, uma vez que favorecerão principalmente quatro setores da economia brasileira: infraestrutura, energia, tecnologia e agronegócio. Esses quase R$ 30 bilhões estão entre os maiores investimentos chineses no mundo nos últimos anos e um dos maiores que o Brasil já recebeu do exterior nas últimas décadas”, avalia o professor de Relações Internacionais da ESPM Roberto Uebel.

O anúncio dos investimentos foi feito no Seminário Empresarial China-Brasil, em Pequim, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de autoridades brasileiras e chinesas, e de mais de 700 empresários dos dois países.

“É um acordo interessante que está sendo construído com os chineses. É um movimento concreto na hora em que o [presidente dos EUA, Donald] Trump faz um tarifaço e cria situação de instabilidade nos mercados globais para várias economias”, segundo a professora de economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Cristina Helena Mello.

“Imagino que Trump deva olhar para o Brasil com alguns cuidados, e a gente espera que haja possibilidade de nova negociação e aproximação com os Estados Unidos, de forma propositiva e não de subordinação”.

Publicidade

Cristina Helena Mello, professora de economia da PUC-SP, considera interessante o acordo que está sendo construído com os chineses – Foto: Cristina Helena/Arquivo pessoal

Investimentos

Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), os investimentos chineses de R$ 27 bilhões devem ser direcionados da seguinte forma:

  • R$ 6 bilhões da montadora de veículos GWM para expansão de suas operações e exportações para a América do Sul e México;
  • R$ 5 bilhões da Meituan, que promete gerar 100 mil empregos indiretos no setor de delivery;
  • R$ 3 bilhões da CGN em um hub de energia renovável no Piauí;
  • R$ 5 bilhões da Envision na criação do primeiro Parque Industrial Net-Zero da América Latina;
  • R$ 3,2 bilhões da Mixue, com previsão de 25 mil empregos até 2030 com abertura de lojas de sucos e outras bebidas;
  • R$ 2,4 bi da Baiyin, com a aquisição da mina de cobre Serrote em Alagoas;
  • R$ 1 bilhões da DiDi, em infraestrutura de recarga para veículos elétricos;
  • R$ 650 milhões da Longsys em semicondutores;
  • R$ 350 milhões da parceria da Nortec Química com três empresas chinesas no setor farmacêutico.

Relações comerciais

De acordo com a Apex, 4,5% de tudo que a China importa sai do Brasil. E 25% de tudo o que o Brasil importa vem da China. O país asiático é o principal parceiro brasileiro. Em 2024, o comércio entre os países atingiu quase US$ 160 bilhões.

Foram US$ 94,4 bilhões em exportações brasileiras e US$ 63,6 bilhões em importações, um superávit de US$ 30,7 bilhões, 41,4% do saldo comercial total do Brasil. 

O país é o maior fornecedor para a China de produtos essenciais como soja, carnes bovina e de aves, celulose, algodão e açúcar.

“Seria importante que a gente melhorasse o perfil daquilo que a gente exporta para a China. Exportamos produtos primários, da agricultura e da extrativa mineral. Há pouco espaço para a entrada de produtos manufaturados brasileiros. Acho que isso é um ponto de atenção”, alerta a economista da PUC-SP Helena Mello.

“Também precisamos muito desenvolver a capacidade de logística brasileira de escoamento de produtos para exportação. Isso nos garantiria posição de liderança em alguns mercados que hoje estão concentrados nas mãos dos Estados Unidos e outros mercados que nós competimos, mercados de grãos e de proteína animal”, complementa.

Publicidade

Professor de relações internacionais Roberto Uebel alerta que Brasil precisa ter muito cuidado ao se aproximar da China nesse contexto de guerra tarifária – Foto: Roberto Uebel/Arquivo pessoal

Para o professor de relações internacionais Roberto Uebel, é importante que o Brasil valorize as relações comerciais com a China, mas mantenha o histórico de diversificação de parcerias.

“O Brasil precisa ter muito cuidado ao se aproximar da China nesse contexto de guerra tarifária, de não prejudicar as relações com os Estados Unidos. Precisa continuar diversificando parcerias para reduzir a dependência não só com os Estados Unidos, mas também com a China. Parcerias com o sudeste asiático, Índia, Japão. Esses dois últimos, que o presidente Lula visitou no começo do ano”, defende Uebel.

A lógica é compartilhada pelo professor Luís Renato Vedovato, da Universidade de Campinas (Unicamp).

“É muito importante que o Brasil vá por um caminho seguro, se afastando das instabilidades que se colocam no horizonte. Por isso, a aproximação do Brasil com a China é sempre bem relevante. Como é importante o acordo do Brasil com o Mercosul e a União Europeia. Quanto mais irrigado estiver o país comercialmente, mais resiliência ele terá para enfrentar o futuro”, avalia Vedovato.

Publicidade
Continue Lendo

Economia

Lançamento de novos imóveis supera vendas de março em São Paulo

Publicado

em

lancamento-de-novos-imoveis-supera-vendas-de-marco-em-sao-paulo

A venda de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo totalizou 10.553 unidades em março, revela Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário (PMI). A sigla Secovi é do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis. Com o resultado, as vendas acumulam 108,3 mil unidades em 12 meses.

O Valor Global de Vendas (VGV) atingiu R$ 4,9 bilhões em março e R$ 55,3 bilhões no acumulado de 12 meses. As Vendas Sobre Oferta (VSO), que apuram a porcentagem de vendas em relação ao total de unidades ofertadas, somaram 14,4% em março de 2025. Em 12 meses, o VSO foi de 61,8%.

A pesquisa indicou, ainda, que, em março, foram lançadas 12.403 unidades residenciais. No acumulado de 12 meses, esse número chega a 118,1 mil unidades na capital paulista.

A oferta de unidades disponíveis para venda foi de 62,5 mil imóveis em março de 2025, com unidades na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses. Em março de 2025, o VGO (Valor Global da Oferta) totalizou R$ 43,4 bilhões.

Entre os destaques de março aparecem os imóveis de dois dormitórios, sendo 57% dos lançamentos (7.032 unidades), 67% das vendas (7.089 unidades), 61% da oferta (38.305 unidades), 49% do VGV (R$ 2.422,6 milhões), 36% do VGO (R$ 15,6 bilhões) e o maior VSO (15,6%).

Publicidade

Indicadores

Imóveis na faixa de 30 m² e 45 m² de área útil lideraram em quase todos os indicadores: 58% dos lançamentos (7.212 unidades), 64% das vendas (6.741 unidades), 54% da oferta (33.913 unidades), 41% do VGV (R$ 2.020,3 milhões) e VSO (16,1%). O maior VGO, com 25% do total (R$ 10,7 bilhões), foi registrado em imóveis com a metragem acima de 180 m².

De acordo com a pesquisa, os imóveis com valores até R$ 264 mil lideraram com 37% dos lançamentos (4.636 unidades), 39% das vendas (4.068 unidades), 30% da oferta final (18.560 unidades) e o maior VSO (18,0%). Os apartamentos com valores acima de R$ 2,1 milhões registraram o maior VGV com 25% (R$ 1.245,7 milhões), e o maior VGO com 40% (R$ 17,5 bilhões).

A Zona Sul da capital liderou em lançamentos com 31% (3.867 unidades), vendas com 36% (3.752 unidades), oferta final com 32% (19.893 unidades), VGV 36% (R$ 1.811,9 milhões) e VSO (15,9%). O maior VGO foi registrado na Zona Oeste, com 37% (R$ 16,1 bilhões).

Continue Lendo
Publicidade
Publicidade

Política

Tendência