Internacional
Saiba quem são os envolvidos no conflito entre Israel e Hamas

O ataque realizado pelo grupo palestino Hamas contra Israel no último sábado (7), deixando milhares de mortos, deu início a mais um capítulo de um conflito que se arrasta há décadas. Imediatamente, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou guerra aos agressores, mobilizando o exército do país para uma resposta.
A tensão entre Israel e Palestina, que se estende há mais de 70 anos, envolve geopolítica, terras e religião, tendo em vista que a região é sagrada para o judaísmo e para o islamismo, assim como também é para o cristianismo. As raízes do conflito remontam à década de 1940, no pós-guerra, quando o fluxo migratório de judeus alterou a composição demográfica na região, gerando atritos entre a nova população e os árabes-palestinos.
Com o fim do mandato britânico sobre a Palestina, coube à Organização das Nações Unidas (ONU) buscar uma solução. Em 1947, foi proposta a criação de dois estados, mas os árabes rejeitaram o acordo, alegando que ficariam com as terras com menos recursos naturais. Ainda assim, os judeus celebraram a criação do Estado de Israel em 1948. De lá para cá, em meio a violentos conflitos, Israel foi ampliando suas fronteiras. Por sua vez, os palestinos que vivem na região estão divididos em dois territórios que não têm, entre si, conexão por terra: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
Segundo o cientista político Leonardo Paz, professor de Relações Internacionais e pesquisador do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da Fundação Getulio Vargas (NPII/FGV), foi na Guerra dos Seis Dias, ocorrida entre 5 e 10 de junho de 1967, que Israel tomou alguns territórios, expandindo seu tamanho original. À Agência Brasil, ele falou sobre os envolvidos nos conflitos e avaliou que a situação se agrava pelo fato de Israel deter a soberania do território no qual a Faixa de Gaza está inserida. Segundo o especialista, a nova onda de violência era esperada. “A gente sabia que, eventualmente, podia acontecer outra vez”.
Ele vê um impasse. “Acho que essa ação do Hamas foi sem precedentes. Imagino que a gente vai assistir, nas próximas semanas, a uma mobilização forte das Forças Armadas de Israel para ocupar Gaza e tentar primeiro resgatar os reféns e, na sequência, dar uma resposta muito dura em relação ao Hamas”.
Veja quem são os principais envolvidos no conflito:
Israel
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu – Alan Santos/PR
O Estado de Israel foi fundado em 14 de maio de 1948. As nações árabes vizinhas invadiram o recém-criado país no dia seguinte, em apoio aos árabes-palestinos. Desde então, Israel travou várias guerras, vindo a ocupar territórios e ampliando seus domínios. O país faz fronteira com o Líbano ao norte, com a Síria a nordeste, com a Jordânia e a Cisjordânia a leste, com o Egito ao sudoeste e com o Golfo de Aqaba, no Mar Vermelho, ao sul. Em Jerusalém, palco de passagens bíblicas sagradas para judeus, cristãos e muçulmanos, estão localizados o complexo do Monte do Templo compreende o Domo da Rocha, o histórico Muro das Lamentações, a Mesquita de Al-Aqsa e a Igreja do Santo Sepulcro. O centro financeiro de Israel é Tel Aviv, conhecido por suas praias e pela arquitetura. Líder do partido de direita Likud, Benjamin Netanyahu é o primeiro-ministro de Israel desde 2022. Já tendo ocupado o cargo outras duas vezes, ele é o político que mais ficou a frente do governo na história israelense.
Palestina
A Palestina reivindica soberania sobre os territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza e também considera Jerusalém como sua capital. Seu centro administrativo está na cidade de Ramallah, na Cisjordânia. Sua independência foi declarada em 15 de novembro de 1988 pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Entretanto, a maioria das áreas reivindicadas pelos palestinos está ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Embora a ONU e mais de cem países, incluindo o Brasil, tenham reconhecido oficialmente a declaração de independência de 1988, potências europeias e os Estados Unidos estão entre aqueles que recusam à Palestina a qualificação de Estado.
OLP
A Organização para a Libertação da Palestina é uma entidade multipartidária e originalmente paramilitar. Criada pela Liga Árabe em outubro de 1964, foi apresentada como única representante legítima do povo palestino. Sua meta era a libertação da Palestina através da luta armada. A OLP foi considerada por diversos países ocidentais, entre os quais os Estados Unidos, como uma organização terrorista. Em 1988, a OLP passou a apoiar oficialmente uma solução alinhada com a proposta da ONU em 1947, com dois Estados – Israel e Palestina – vivendo lado a lado. Em 1993, o então presidente da OLP, Yasser Arafat, reconheceu o Estado de Israel numa carta oficial ao primeiro-ministro daquele país, Yitzhak Rabin. Em resposta à iniciativa de Arafat, Israel reconheceu a OLP como representante legítima do povo palestino. Arafat foi presidente do Comitê Executivo da OLP de 1969 até a sua morte, em 2004.
ANP
Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas – REUTERS/Francois Mori
Em 1993, foi firmado o Acordo de Oslo, por meio do qual Israel e a OLP pactuaram a criação da Autoridade Nacional Palestina (ANP), um governo autônomo provisório que administraria territórios palestinos enquanto as negociações se desenrolassem para resolver questões importantes pendentes sobre o conflito. Atualmente, a área A da Cisjordânia está sob segurança e controle civil da ANP. A área B está sob controle militar de Israel e controle civil da ANP. Uma terceira área – C – concentra assentamentos israelenses. O atual presidente da Autoridade Nacional Palestina é Mahmoud Abbas.
Fatah
O Fatah é a maior das forças políticas dentro da OLP. Apresenta-se como um grupo nacionalista e laico. Foi criado em 1959, tendo Yasser Arafat como um de seus fundadores. É considerado mais moderado que o Hamas e tem maior presença na Cisjordânia.
Hamas
O Hamas, nome que significa, em árabe, Movimento de Resistência Islâmica, é um movimento palestino constituído de uma entidade filantrópica, um braço político e um braço armado. Criado em 1987, ele é considerado hoje como organização terrorista por vários países, como Estados Unidos, União Europeia, Japão, Israel e Canadá. A Organização das Nações Unidas (ONU) e alguns países membros, como o Brasil, não usam a mesma denominação.
Em 2006, o Hamas derrotou o Fatah nas eleições legislativas para a ANP, conquistando o direito de formar o novo governo. Os dois partidos, no entanto, entraram em conflito. O Hamas expulsou o Fatah da Faixa de Gaza. Em resposta, o Fatah rejeitou o governo de unidade e se manteve à frente da ANP, que passou a ter uma administração política voltada para as áreas da Cisjordânia.
Segundo o cientista político Leonardo Paz, o Hamas não reconhece o Estado de Israel e briga pela independência de um Estado Palestino. “Israel, por sua vez, diz que o território é seu e não tem como oferecer qualquer tipo de soberania a esse Estado palestino porque não haveria nenhuma garantia de segurança de que esse Estado não seria um posto avançado para atacar Israel”, acrescenta.
Hezbollah
Aliado do Hamas, o Hezbollah surgiu durante a Guerra Civil do Líbano, entre 1980 e 1990. É uma organização política e paramilitar. No mundo islâmico, é visto como um movimento de resistência legítimo. No mundo ocidental, porém, é tido como organização terrorista por diversos países. A entidade ganhou popularidade no mundo muçulmano xiita, por ter levado Israel a desocupar o sul do Líbano, em maio de 2000. Em 2019, a organização constituiu-se em um dos principais movimentos de combate à presença israelense no Oriente Médio, utilizando ataques de guerrilha.
Internacional
Miguel Uribe mostra sinais de melhora neurológica após ser baleado

O senador Miguel Uribe, de 39 anos, continua em estado crítico depois de ter sido baleado em Bogotá no sábado (7), mas mostrou sinais de melhora neurológica, informou o Hospital Santa Fé em um comunicado nesta quarta-feira (11).
Possível candidato à Presidência da Colômbia, ele é membro do partido de oposição de direita Centro Democrático. Uribe foi baleado na cabeça enquanto discursava em evento de campanha, em um parque público na capital.
“Apesar da gravidade de sua condição, há sinais de melhora neurológica devido a uma diminuição do edema cerebral. Há também evidências de uma tendência à estabilização hemodinâmica”, informou o Hospital Santa Fé.
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Internacional
Cúpula da Juventude do Brics busca cooperação para mercado de trabalho

Os desafios do ingresso no mercado de trabalho para os mais jovens, em um cenário de precarização e de inserção definitiva da inteligência artificial, foram uma das principais preocupações de representantes dos 11 países que compõem o Brics, durante a 11ª Cúpula da Juventude do bloco. O evento foi realizado em Brasília até essa terça-feira (10).
“O que mais uniu todos os países foi possibilitar espaços de cooperação, tanto bilaterais quanto no âmbito do grupo, diante da inteligência artificial e de uma indústria cada vez mais automatizada”, afirmou o secretário nacional de Juventude, Ronald Sorriso.
Para ele, um dos principais avanços de entendimento teve relação com objetivos de cooperação, mesmo com realidades tão diversas.
“É muito importante salientar que são poucos os encontros que conseguem extrair uma declaração, como o memorando de entendimento..
O documento ainda não se tornou público porque será traduzido e assinado pelos representantes das diferentes nações que compõem o bloco. Além do que os une, temas como questões de gênero ainda são considerados sensíveis em vista da diversidade cultural dos países.
Energia
Também nesta semana, foi realizada a 7ª Cúpula de Energia Jovem do Brics. O evento reuniu mais de 100 participantes, incluindo delegações oficiais de jovens dos países do bloco, além de representantes de ministérios, instituições acadêmicas e empresas de energia.
Um dos destaques foi a sessão “Pré-lançamento do Brics Youth Energy Outlook (perspectiva energética para a juventude)”. Desenvolvido por mais de 50 jovens pesquisadores desses países, o relatório analisa os maiores desafios energéticos, incluindo o desenvolvimento de sistemas de baixa emissão de carbono, combustíveis sustentáveis, acesso à energia e recursos minerais críticos.
Inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o grupo incluiu, no ano passado, como membros permanente, o Irã, a Arábia Saudita, o Egito, a Etiópia e os Emirados Árabes Unidos.
Neste ano, foi a vez de a Indonésia ser incluída como membro permanente. Além disso, em 2025, foi inaugurada a modalidade de membros parceiros, com a inclusão de nove países: Belarus, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
*Colaborou Lucas Pordeus León
Internacional
Departamento de Estado dos EUA retoma vistos de estudantes de Harvard

O Departamento de Estado dos Estados Unidos (EUA) orientou todas as missões norte-americanas no exterior e seções consulares a retomarem o processamento de vistos de estudantes e visitantes de intercâmbio da Universidade de Harvard, depois que um juiz federal em Boston bloqueou temporariamente, na semana passada, a proibição do presidente Donald Trump à entrada de estudantes estrangeiros na instituição.
Em telegrama diplomático enviado em 6 de junho e assinado pelo secretário de Estado, Marco Rubio, o departamento citou partes da decisão do juiz, dizendo que a nova diretriz estava “de acordo” com a ordem de restrição temporária.
Segundo a ordem concedida a Harvard na noite de quinta-feira (5), a juíza distrital Allison Burroughs impediu que a decisão de Trump entrasse em vigor enquanto aguardava novas questões sobre o assunto.
Trump citou preocupações com a segurança nacional como justificativa para impedir que estudantes internacionais entrassem nos EUA para estudar em Harvard.
O governo americano lançou um ataque à universidade mais antiga e rica do país, congelando bilhões de dólares em bolsas e outros financiamentos e propondo acabar com seu status de isenção de impostos, o que desencadeou uma série de contestações legais.
Harvard argumenta que a administração está retaliando porque a instituição se recusa a atender às exigências de controle da governança da escola, do currículo e da ideologia de seu corpo docente e alunos.
Em resposta a um pedido de comentário, o Departamento de Estado disse que não fala sobre comunicações internas.
No telegrama, o orgão acrescentou que todas as outras orientações relativas a vistos de estudante permanecem em vigor, incluindo a verificação aprimorada das mídias sociais e a exigência de revisar a presença online dos candidatos.
*É proibida a reprodução deste conteúdo.
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