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Política

Parlamentares avaliam relatório apresentado na CPMI do 8 de janeiro

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do 8 de janeiro votará, na tarde desta quarta-feira (18), o relatório apresentado ontem pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA). A parte da manhã foi dedicada a ouvir as manifestações dos parlamentares sobre o documento que pediu o indiciamento, por tentativa de golpe de Estado, do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e mais 60 pessoas – dos quais 8 são generais das Forças Armadas.

O relatório diz que o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe e que, por trás dela, havia “um nome em evidência: o nome é Jair Messias Bolsonaro”, afirmou a relatora. “A democracia foi atacada. Massas foram manipuladas com discursos de ódio. Milicianos digitais foram empregados para disseminar o medo, desqualificar adversários e promover ataques ao sistema eleitoral. Forças de seguranças foram cooptadas. Tentou-se corromper, obstruir e anular as eleições. E usam a liberdade de expressão para afogar a expressão”, defendeu Eliziane Gama, durante a leitura do documento.

A relatora acrescentou que “Bolsonaro nunca nutriu simpatia por princípios republicanos e democráticos”, e que “desde o primeiro dia de seu governo, ele atentou contra as instituições estatais, principalmente aquelas que significavam, de alguma forma, obstáculo a seu plano de poder”.

Entre as críticas apresentadas pela oposição, que apresentou votos em separado por meio de dois relatórios alternativos, está o fato de não ter sido pedido o indiciamento, por omissão, do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, do ministro da Justiça, Flávio Dino; do ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura; e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em sua fala, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) criticou a atuação da oposição, que adotou discursos do passado de uma falsa ameaça comunista como argumento para atacar grupos divergentes e promover a tentativa de golpe, a exemplo de outros momentos históricos. “Com este relatório, a democracia vence, sem dar anistia aos golpistas”, disse a deputada.

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Militares

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse que o pedido de indiciamento dos militares é mais uma prova dos problemas históricos vividos pelo Brasil, nos momentos em que militares se envolveram com política. “Há uma sanha militar sobre a sociedade brasileira, e de perseguição à democracia. Precisamos lembrar que todos os governos do Brasil estiveram debaixo da força dos militares. Getúlio Vargas foi presidente pela força dos militares. Para sobreviver como presidente civil teve de fazer uma aliança com militares. Juscelino Kubitschek esteve subordinado e submetido à tensão feita pelos militares”, relembrou.

“E o Brasil sofreu um golpe militar em 1964, que foi se encerrar em 1985 também pelos militares. Eles então voltam em 2018 com a mesma sanha de querer dominar e mandar no povo e na sociedade brasileira, e definir os rumos do Brasil como os iluminados. Como os iluministas ou os iluminates brasileiros. Como se fossem portadores da verdade, e como se deles brotasse a sociedade que acham ser a correta, dispensando perspectivas de pluralidade, diversidade, e discriminando todos aqueles que não estejam dentro do seu quadrado ou da sua maneira de ver o mundo”, complementou.

Hacker

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) reclamou por a CPMI não a ter convocado para se defender da acusação de ter contratado um hacker para levantar suspeitas contra a urna eletrônica. “Uma série de injustiças foram cometidas sem a apresentação de uma prova. Vindo de vocês, isso é mais uma medalha que carrego no peito”, disse a deputada. Ela confirmou ter participado da reunião com o hacker no Palácio do Planalto, mas disse que o teor da conversa foi outro.

Na sequência, o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) disse que a CPMI “deu luz para a ação do hacker de Araraquara”, e que isso foi confirmado hoje pela deputada Zambelli. “O que mais condenamos é isso porque o teor da reunião era hackear a urna eletrônica, porque sabiam que iam perder a eleição”.

Ele classificou como “delirantes” as narrativas apresentadas por simpatizantes do golpe, e que felizmente todas foram derrubadas durante a investigação. “A mais absurda de todas foi a que dizia que Lula e Flávio Dino queriam o golpe, porque se beneficiariam politicamente. É tão estapafúrdio, que só acredita nisso quem acha que a Terra é plana ou que a vacina transformaria as pessoas em jacaré”.

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Ele acrescentou que os votos em separado, apresentados pelos chamados relatórios paralelos, “passa pano para o cara da bomba lá do aeroporto de Brasília”, uma vez que não cita o caso, apesar de o acusado ter dito que seu objetivo era criar um caos social para impedir a posse do presidente Lula. “O voto em separado, inclusive, pede o indiciamento do presidente Lula, que é vítima do processo”.

O deputado Pastor Henrique Cieira (PSOL-RJ) citou o chamado gabinete do ódio como um dos catalisadores da tentativa de golpe. “O bolsonarismo faz do ódio uma prática política, e da prática política uma mobilização permanente do ódio. A violência não é uma anomalia para o bolsonarismo. É a consequência esperada de sua lógica. Por isso, o gabinete do ódio precisa ser indiciado. E, no meio disso tudo, um carro-bomba quase explodiu no aeroporto de Brasil”, argumentou.

Para o senador Fabiano Contarato (PT-ES), o trabalho da CPMI só estará efetivamente finalizado quando todos os golpistas forem condenados e pagarem pelo ataque que foi feito à democracia. “O indiciado Jair Messias Bolsonaro, que ficou 4 anos vilipendiando a Constituição Federal, participando de movimentos anti-democráticos para fechar o STF; participando de movimentos para fechar o Congresso Nacional; atacando a OAB, a imprensa; ovacionando torturador e negando a ditadura. Eles não sabem viver a democracia”.

Evidências

O senador Sérgio Moro (Novo-SC) disse que não existem “evidências concretas” de que o 8 de janeiro teria sido de fato uma tentativa de golpe. Ele criticou o pedido da relatora pelo indiciamento de militares.

“Há indiciamento de 8 generais no relatório. Mas sabemos que não houve movimentação dos militares em favor de um golpe. A Forças Armadas merecem respeito. Para propormos indiciamento de generais, precisamos ter evidências concretas. Houve movimento concreto desses militares na direção de um golpe de Estado? Não houve. A relatora se baseia na palavra de um estelionatário para sugerir o indiciamento do ex-ministro da Defesa, general Sérgio Nogueira”, disse o ex-ministro ao criticar o fato de o documento não responsabilizar, por omissão, integrantes do GSI.

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“Deixaram o cabeça de fora. Quem responde é o chefe. Adianto que votarei contra o relatório, e que acompanharei os relatórios apresentados pela oposição”, acrescentou.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) disse que o hacker foi tratado como herói pelo relatório. “Ter o depoimento de um hacker como fundamento de um relatório, é algo que precisa ser mudado”. Segundo ela, a PM do DF não errou durante o 8 de janeiro porque trabalhou com dados do GSI. “A culpa é portanto do GSI. Se alguém tem culpa dos atos de 8 de janeiro, é o presidente Lula”.

Anistia

Já o deputado Rogério Correia (PT-MG) disse que o relatório “destrinchou o núcleo duro” dos golpistas. “Não pode haver anistia para eles”, disse, ao lembrar que, se condenado pelos crimes apontados pela relatora, Bolsonaro terá de cumprir uma pena de 29 anos.

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi acusado dos crimes de associação criminosa, violência política, abolição violenta do estado de direito e golpe de Estado.

O deputado Rafael Brito (MDB-AL) também defendeu que não se dê qualquer anistia “àqueles que tramam contra nossa nação e contra o nosso povo. Não podemos e não vamos minimizar o teor criminoso desses atos. Cada uma dessas pessoas deve ser responsabilizada por suas ações e omissões criminosas. Havia e ainda há, em torno dos envolvidos, mais que sentimentos golpistas. Há atos concretos e puníveis”, disse.

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“Não é coincidência a presença de um roteiro de golpe no celular do mais importante ajudante de ordem [Mauro Cid] do ex-presidente, e de uma minuta golpista guardada na casa do ex-ministro da Justiça do antigo governo [Anderson Torres]. Inclusive uma minuta golpista que Torres diz ter recebido de alguém, mas que só contém três impressões digitais: a dele, a de seu advogado e a do policial federal que a encontrou em sua casa”, acrescentou.

A Senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) classificou como “robusto” o teor do relatório apresentado pela senadora Eliziane Gama.

O deputado André Fernandes (PL-CE) reiterou as críticas da oposição por o relatório não citar uma suposta omissão de Lula e Dino, “que tinham o dever de resguardar os prédios públicos” e por não incluir Gonçalves Dias entre os indiciados

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o relatório produzido pela relatoria será um “documento ao nosso tempo, sobre o que ocorreu” no 8 de janeiro.

“Ao longo dos quatro anos do governo que antecedeu o do presidente Lula, teve método o processo de tentar corroer a democracia brasileira. O 8 de janeiro foi o ápice desse processo golpista. Não foi um raio de chuva em dia de sol. Foi resultado de um processo concatenado, do qual participaram, também, pessoas simples e comuns que compreenderam, sobretudo pelo discurso e narrativa que receberam, que aqueles símbolos [os palácios dos Três Poderes] da república e da democracia brasileira poderiam e deveriam, no dizer deles, ser destruídos”, disse o senador.

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Política

Impunidade de militares perpetuou tradição golpista, diz historiador

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Com mais de 20 livros publicados e o reconhecimento de ser um dos maiores especialistas em ditadura militar do país, o historiador Carlos Fico planeja se aposentar em breve. O “último livro”, como ele mesmo prevê, será lançado na semana que vem com o título “Utopia autoritária brasileira: como os militares ameaçam a democracia brasileira desde o nascimento da República até hoje”.

Em entrevista à Agência Brasil, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) comentou o desejo de publicar algo que pudesse alcançar o grande público e fosse relevante para a sociedade. Nesse sentido, o tema dialoga diretamente com a realidade atual.

No livro, ele defende que todas as crises institucionais no Brasil, desde a Proclamação da República em 1899, foram causadas pelos militares. A atuação deles se destacou historicamente por dois aspectos. A convicção de superioridade sobre os civis, que não estariam preparados para governar a sociedade, e a interpretação de que possuem licença constitucional para intervir na política.

Segundo o historiador, as lógicas intervencionistas e autoritárias têm se perpetuado há mais de 100 anos muito por causa da forma como a sociedade brasileira lidou com os militares. A impunidade foi o padrão. Nenhum daqueles envolvidos em golpes ou em tentativas de golpe de Estado foi preso nesse tempo todo.

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O momento de lançamento do livro é oportuno. Nesta quarta-feira (20), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, de forma unânime, tornar réus mais dez acusados de integrar o plano golpista para manter Jair Bolsonaro na presidência, depois de perder as eleições de 2022. Entre os réus, há nove militares. Qualquer condenação, portanto, seria um acontecimento inédito na história do país.

Agência Brasil: Qual é a ideia central do livro que está sendo lançado neste mês?

Capa do livro Utopia autoritária, de Carlos Fico. Impunidade de militares perpetuou tradição golpista – Foto Editora Crítica/Divulgação

Carlos Fico: O livro foi escrito para o grande público, sem ter amarras acadêmicas. Mas tem uma espécie de tese, que é demonstrar que todas as crises institucionais no Brasil, desde a Proclamação da República, foram causadas pelos militares. Eu chamo de crises institucionais aquelas que acabam levando à ruptura da legalidade constitucional.

Para demonstrar isso, analisei em detalhes todos os episódios que podem ser caracterizados como golpes de Estado, tentativas de golpe e pronunciamentos militares. Mostro, em cada capítulo, a participação e a proeminência militar que conduziu a essas crises institucionais.

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Começa com a deposição de Dom Pedro II, que foi a Proclamação da República, um golpe militar. Depois a tentativa de golpe militar em 1904, também em 1922 e 1924. O golpe militar que houve no interior da Revolução de 30. Depois o golpe de 1937, e assim por diante.

Agência Brasil: Por que a escolha da expressão utopia autoritária no título?

Carlos Fico: Chamo de utopia autoritária a hipótese que desenvolvi nos meus estudos acadêmicos sobre a ditadura militar. Ficou muito visível a percepção dos militares de que eles são superiores aos civis, de que a sociedade é despreparada até para votar e só elege político demagogo, e de que os próprios políticos são corruptos.

Com o passar dos anos, fui me dando conta de que esse tipo de percepção existe há muito tempo, desde o fim da Guerra do Paraguai e a proclamação da República. E de que continua até os dias de hoje. Essa concepção equivocada é a justificativa, o pretexto que sempre esteve presente em mais de uma dezena de golpes e tentativas descritas no livro.

Agência Brasil: Por que a Guerra do Paraguai é o marco dessa forma de pensar e de agir dos militares na política brasileira?

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Carlos Fico: Desde o final do conflito, os militares começam a desenvolver uma ideia de missão especial, sobretudo porque eles venceram a Guerra do Paraguai depois de muitos sacrifícios. A guerra foi muito longa, demorou muitos anos, teve muitas mortes, inclusive por doenças.

Eles voltaram ao Brasil se sentindo obviamente vitoriosos, mas também maltratados pelo poder civil, pelo Império e pelo Conselho de Ministros. A partir daí, essa interferência dos militares na política foi crescendo. Eles passaram a se considerar com esse direito, passaram a ter uma visão de que o poder civil era corrompido e de que precisavam interferir na política.

Agência Brasil: Com tantos exemplos de autoritarismo na história brasileira, podemos dizer que é parte de uma mentalidade nacional? Algo específico da nossa cultura política?

Carlos Fico: Existe autoritarismo em muitos países, inclusive com intervencionismo militar. Não é uma peculiaridade do Brasil. Agora, o que a gente percebe é que há democracias mais consolidadas, inclusive de países que já tiveram esse tipo de intervencionismo, que se baseiam fundamentalmente na proeminência do poder civil.

O que aconteceu em 2022 e 2023 é uma marca da fragilidade institucional da nossa democracia. Eu falo sobre isso na conclusão do livro, me refiro aos episódios ocorridos no fim do governo Bolsonaro, que mostram a atualidade dessa tradição intervencionista.

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Agência Brasil: Militares estiveram à frente das crises institucionais, mas o que dizer do apoio que eles receberam de outros segmentos sociais?

Carlos Fico: A utopia autoritária está presente em outros setores, que também têm visão elitista de que a sociedade é despreparada. Em muitos momentos da história política brasileira, a gente vê que a elite tem essa percepção de que o eleitor, sobretudo os mais pobres, não entendem bem a política.

Sobre a participação popular, há algumas tentativas de golpe que não tiveram muito apoio. Algumas iniciativas golpistas de militares foram desconhecidas da maior parte do povo e não contavam com apoio amplo.

Em outros casos, como em 1964, a gente pode falar que houve muitos setores da sociedade que defendiam a derrubada do presidente João Goulart. E, mais recentemente, houve durante o governo Bolsonaro um ativismo militar muito grande, que repercutiu em vários setores da sociedade.

Agência Brasil: Alguns desses ativistas evocavam até a Constituição para defender o golpe militar.

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Carlos Fico: Sim, vimos bolsonaristas mais radicais pedindo a intervenção militar por meio daquela loucura que é a aplicação do artigo 142 da Constituição. Esse é um tema que eu trabalho muito no livro. O que ele é e por que foi tão mencionado pelos bolsonaristas radicais.

A história começa na Proclamação da República, no que chamo de atribuição excessiva de poderes aos militares por todas as nossas constituições. Começou na Constituição de 1891, justamente porque os militares tiveram papel preponderante, afinal foi um golpe militar.

Acabaram conquistando poderes excessivos de garantia dos poderes constitucionais, que eles chamam de GPC, uma atribuição que não deveria estar presente na Constituição e está desde a de 1891. Depois, isso foi sendo reproduzido de alguma forma nas diversas constituições seguintes, em 1930, 1946, 1967, 1969, inclusive na de 1988.

Uma pretensão grande que tenho é que as pessoas na leitura desse livro se deem conta da necessidade de alterar essa passagem do artigo 142, que é a atribuição aos militares de serem os garantidores dos poderes constitucionais. Passagem que eles interpretam como uma substituição do velho Poder Moderador do Império. O que é uma interpretação equivocada. Embora todo mundo saiba disso, os militares até hoje continuam interpretando como sendo uma licença constitucional para intervir na política.

Agência Brasil: Quando a gente lembra da ditadura militar de 1964 a 1985, um dos pontos críticos é a Lei da Anistia, de 1979, que teve seus benefícios estendidos dos presos e exilados políticos para os agentes do Estado que cometeram uma série de crimes. Qual o peso da falta de responsabilização dos militares para que essa lógica intervencionista na política continue durante tanto tempo?

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Carlos Fico: É total, é total. Você lembra muito bem desse aspecto e, no livro, eu mostro uma coisa chocante que é o fato de nenhum militar golpista ter sido preso. Nenhum. E quando começou a ter algum inquérito, alguma coisa nesse sentido, imediatamente veio uma anistia aprovada pelo Congresso. Nunca houve qualquer punição.

De modo que o que está acontecendo hoje em dia é totalmente inédito. O fato de a Justiça atuar, de a Polícia Federal ter feito um inquérito, de a Procuradoria da República ter encaminhado a denúncia, de a denúncia ter sido aceita e agora de o Supremo transformar os denunciados em réus, isso jamais aconteceu.

Então, é claro que tem um significado. Espero que essas pessoas sejam condenadas e que não haja anistia. Muita gente me pergunta se vai haver anistia. Se eu olhar para a história, é mais fácil acreditar que sim, porque o padrão foi de impunidade. E isso tem impacto realmente muito grande na perpetuação desse intervencionismo até hoje.

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Política

Câmara aprova urgência para PL que proíbe desconto automático no INSS

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A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (20) a urgência para o projeto de lei (PL 1846/25) que proíbe o desconto automático de mensalidades de associações e sindicatos nos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Com isso, o projeto irá ser votado direto no Plenário, sem precisar passar por aprovação das comissões da Casa. 

A mensalidade associativa é uma contribuição que aposentados, pensionistas ou pessoas de uma determinada categoria profissional pagam periodicamente para integrar uma associação, sindicato ou entidade de classe sem fins lucrativos que representa os interesses de seus afiliados.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o mérito do projeto será analisado na próxima semana, “pois o projeto de lei sobre o reajuste de servidores do Executivo (PL 1466/25) tranca a pauta”.

Fraudes nos descontos

Os descontos dos aposentados e pensionistas são alvo de investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), que apuram a atuação de organizações criminosas para fraudar os benefícios previdenciários, associando de forma não autorizada os segurados do INSS.

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Mais de 1,74 milhão de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) solicitaram reembolso de descontos não autorizados feitos por entidades associativas, conforme balanço divulgado nesta terça-feira (20). 

* Com informações da Agência Câmara de Notícias

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Política

Lula: dívida do Brasil com a África pode ser paga com agricultura

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil tem uma dívida com a África que pode ser paga com solidariedade, transferência de tecnologia e assistência para o desenvolvimento da agricultura local. Para Lula, a experiência brasileira na produção de alimentos precisa ser compartilhada, como instrumento contra a fome e a pobreza no mundo.

“Nós devemos 350 anos em que este país explorou uma grande parte do povo africano. E eu tenho consciência que o Brasil não pode pagar isso em dinheiro e também porque isso não pode ser mensurado em dinheiro. O Brasil pode pagar em solidariedade, em transferência de tecnologia, para que vocês possam produzir parte daquilo que nós produzimos”, disse o presidente a ministros da agricultura de países da União Africana.

Lula participou, nessa segunda-feira (19), da abertura do 2º Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural. O evento ocorre até a próxima quinta-feira (22), em Brasília, e visa fortalecer as relações do Brasil com países africanos e promover a cooperação baseada na solidariedade e no desenvolvimento sustentável.

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Ainda, o encontro busca identificar oportunidades de investimento no setor agropecuário e discutir políticas públicas eficazes contra a fome e a pobreza. Durante seu discurso, Lula falou sobre a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, aprovada durante a presidência brasileira no G20, no ano passado.

“A fome não é por conta da natureza ou por conta de qualquer outro evento. Muitas vezes a fome é causada pela irresponsabilidade de quem governa os países, que não coloca a fome como prioridade para ser resolvida no seu país”, disse, argumentando que é preciso “parar com altos discursos e com baixa execução de programas”.

>>Representantes da África apontam liderança do Brasil no combate à fome

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“[A aliança] é uma tentativa de fazer com que a gente possa não apenas produzir os alimentos e as coisas que necessitam para as pessoas, mas que a gente possa tentar sensibilizar o resto do mundo”, acrescentou Lula, lembrando do seu interesse no continente africano e nas cooperações que promoveu durante seus mandatos.

O encontro reúne mais de 40 delegações de países africanos, além de representantes de organismos internacionais, de bancos multilaterais de desenvolvimento, instituições de pesquisa, organizações e cooperativas da agricultura familiar e entidades do setor privado.

A programação prevê visitas de campo no entorno de Brasília, abordando temas como agricultura familiar, sistemas de integração, saúde do solo, acervo genético de hortaliças, bioinsumos, reuso de esgoto e comercialização; e em Petrolina, no Vale do São Francisco, sobre tecnologias para convivência com a seca, rebanho resistente, agricultura irrigada e fruticultura tropicalizada.

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